Cap. 221
— Windigos! – grita Cobra Traiçoeira tentando tirar Augustus do transe em que se encontra.
O nativo põe os cavalos para correr em direção a Augustus enquanto figuras pálidas começam a brotar em meio à paisagem.
Augustus aperta o colar e volta a si bem a tempo de perceber dois pares de olhos avermelhados o encarando pelo buraco na neve deixado pelo corpo de Nokomis.
Ele recua até onde Cobra Traiçoeira teve de parar com os cavalos. Os delegados estão cercados.
Cobra: — São muitos. Não dá para lutar com eles.
Augustus: — Jogue minha arma, por favor.
Cobra: — Não dá para matar todos.
Augustus, encarando os olhos no buraco na neve: — Não quero matar todos, só aqueles.
Os Windigos se movem lenta e silenciosamente enquanto Cobra decide atender ao último pedido de Augustus, jogando a ele sua Nock gun.
O nativo olha ao redor, procurando alguma possibilidade de fuga. Talvez os Windigo avancem sobre Augustus depois de ele disparar a arma e ele tenha uma chance.
Augustus, por sua vez, lembra das instruções do padre: “basta apontar e atirar”.
O delegado puxa o gatilho e o estrondo assusta os cavalos, que disparam passando por cima dos Windigo.
Sorte dos cavalos, azar de Cobra Traiçoeira, derrubado de sua montaria assustada.
Augustus se levanta após o disparo tê-lo jogado ao chão. Ele e Cobra estranham ainda estarem vivos, mas estranham ainda mais os Windigos todos parados e olhando assustados para a montanha.
Enquanto Augustus tenta entender a situação, Cobra o puxa e começam a correr montanha acima.
Eles contornam a encosta e passam por cima de mais alguns corpos de Windigo, mortos a tiros.
— Fui eu? – pergunta Augustus a Cobra Traiçoeira que se limita a responder:
— Corra.
Eles escalam a montanha, tropeçando e se esfolando até chegarem perto da Pedra do Francês, que revela ter uma espécie de cabana construída em sua base.
Eles arriscam olhar para trás e veem os Windigos parados ao pé da montanha.
Aliviados, eles entram na cabana, mas logo essa sensação termina.
— Olá! Sejam bem-vindos.